Vendedor sem uma das mãos é maltratado por demora em salgado: ‘Me humilharam’

Morador de Marília (SP) deixou de ser pintor por causa de um problema no coração e passou a vender salgados durante a pandemia.

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Neste final de semana, uma publicação de um vendedor de salgados acabou viralizando nas redes sociais. Aos 32 anos, José Rafael Marciano tem se esforçado para ter alguma renda em meio à pandemia de coronavírus. No entanto, ele não tem uma das mãos e, por conta disso, pode demorar um pouco mais a realizar suas entregas. 

Morador da cidade de Marília, no interior do estado de São Paulo, José Rafael conta que foi realizar uma entrega, mas, por conta do atraso, o cliente não quis mais o salgado, deixando ele no prejuízo. De acordo com José, além de não aceitar o produto, o cliente o teria humilhado. O post do vendedor acabou tendo enorme repercussão.

“Fiz com maior carinho, fui até na casa, aí não quis mais porque demorei um pouco. Gente, eu faço tudo na mão, sou deficiente físico, faço tudo com dificuldade, agora vieram me xingar, me ofender. Sobrou muito salgado. Se alguém quiser”, disse o vendedor, ao fazer um tocante post, por meio das redes sociais.

Após a repercussão da publicação, José, que não tem a mão esquerda, deu uma entrevista ao portal de notícias G1 nesta sexta-feira, 26 de junho. Ele contou que antes da pandemia trabalhava como pintor e que o post foi realizado tamanho o seu prejuízo. De acordo com ele, um cliente pediu às nove da manhã uma entrega de 50 pães às 9h para serem entregues ás 11h.

No entanto, por conta do número alto de pedidos, ele ultrapassou em duas horas a previsão da entrega. “Aí ele me xingou no telefone, disse que eu não era profissional, que eu era vagabundo, que eu tinha que ter avisado antes. Eu fiquei magoado, triste, chorei muito porque sou muito emotivo”, disse o profissional.

Após o post, ele recebeu ajuda de vários motoqueiros e até famosos. Agora José diz que não entregará mais salgados nas casas das pessoas e que oferecerá o serviço diretamente da sua moradia.