Identificado homem que invadiu local do ato por vítimas da Covid-19 e derrubou as cruzes

Pai de vítima da Covid-19 recolocou cruzes no lugar e ficou indignado com atitude.

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Um ato pelas vítimas que perderam a vida por causa da Covid-19 se tornou algo polêmico. Realizado pela ONG Rio de Paz, foram feitas 100 covas rasas na areia da praia de Copacabana, com 100 cruzes, que simbolizavam as mais de 40 mil mortes pelo vírus no Brasil. Com tudo pronto, im homem chegou e derrubou as cruzes.

Em um grupo de aplicativo de mensagens, circulou uma fala atribuída ao senhor responsável por derrubar as cruzes. Ele questiona se alguém teria visto a sua atitude no protesto e teria afirmado que não resistiu. O idoso foi identificado como Héquel Osório, de 78 anos e a mensagem com seu nome dizia: “Alguém viu minha indignação derrubando cruzes que a esquerda montou em Copacabana hoje? Não resisti”.

Héquel da Cunha Osório é aposentado e, nos anos 90, foi presidente da CEG – Companhia Estadual de Gás do Rio de Janeiro. Atualmente é dono de uma empresa que presta consultoria de engenharia.

O presidente da ONG responsável pelo ato, Antônio Costa, negou que o evento tivesse qualquer tipo de ligação política. Ele disse que o seu desejo é que a vida humana seja respeitada. A cena do aposentado derrubando as cruzes viralizou nas redes sociais. No entanto, depois disso, o pai de uma das vítimas do coronavírus recolocou tudo no lugar.

Márcio Antônio perdeu o filho de apenas 25 anos no dia 18 de abril. Ele disse que foi surpreendido positivamente ao ver a manifestação, enquanto estava caminhando no calçadão. Ele achou uma falta de respeito a atitude do aposentado, pois o protesto da ONG era uma homenagem àqueles que partiram de forma precoce em virtude do vírus.

Hugo, o filho de Márcio, não era portador de nenhum tipo de doença crônica e lutou contra a enfermidade por 15 dias. Ele chegou a falar com o pai que não sabia se conseguiria aguentar. “Você chegar e chutar uma representação que tá representando uma pessoa, uma vítima… Iisso não é liberdade de expressão. Isso é apenas raiva, ódio, é nem sei o nome pra dar pra isso”, desabafou Márcio.

O pai disse não entender como uma pessoa pode ser contra um ato pela vida. A atitude do homem em recolocar as cruzes no local repercutiu na mídia e viralizou entre os internautas.