‘Quer falar com a polícia, aqui é a polícia’: como agressão à médica mostra que Brasil é terra sem lei

A médica anestesista Ticyana Azambuja, 35, intercalava plantões exaustivos, quando foi agredida.

PUBLICIDADE

A médica anestesista Ticyana Azambuja, de 35 anos, virou notícia no Brasil inteiro por um triste motivo. Ela foi barbaramente agredida por um grupo de pessoas no Rio de Janeiro. O motivo? Ticyana foi reclamar sobre festas constantes que aconteciam em plena quarentena do coronavírus. Após vários dias reclamando e ligando para a polícia, a médica perdeu o controle e destruiu parcialmente um carro, que seria de um policial.

O próprio policial aparece nas imagens das agressões. Ele chega a dar um soco no rosto de um homem que aparece para tentar ajudar a médica. Nesta terça-feira, 9 de junho, o portal de notícias UOL fez uma matéria sobre como o Brasil é uma terra sem lei e a polícia, ao invés de proteger o cidadão, muitas vezes, tenta impôr a própria lei, a da força e a da intimidação. 

Uma das mulheres que aparece nas imagens agredindo a médica, que foi identificada como Ester, teria deixado claro essa tese de que a polícia é a lei do quem é mais forte. “Você quer falar com a polícia? Aqui é a polícia“, teria dito ela durante as agressões, que deixaram a médica com diversos ferimentos pelo corpo. 

Ainda não foi feita justiça, então eu ainda continuo com um sentimento de impotência. Eu tenho dois medos: que essa injustiça fique impune e que algo aconteça no futuro comigo“, disse a médica ao relembrar como tudo aconteceu e quais são suas expectativas para o caso no futuro. 

O caso continua sendo investigado pela polícia, mas a cena, apesar de chamativa, é comum. Festas como a do vídeo são constantes no Rio. Muitas ultrapassam o horário noturno e incomodam, além de ajudarem a espalhar o vírus do momento.