Quem mora na favela sabe que é muito mais difícil travar uma batalha contra a Covid-19

Morte por coronavírus na favela sobe muito em duas semana e mostra a difícil batalha batalha contra o vírus.

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Líderes comunitários de 13 favelas no Rio de Janeiro fizeram um alerta ao mostrarem que o número de mortos pelo novo coronavírus nestas comunidades já passou dos 250, ou seja, um aumento de 97% em relação ao dia 14 deste mês.

Na estatística da prefeitura aparecem 190 óbitos, mas os líderes protestas e avisam que a situação é bem mais complicada do que vem sendo mostrado pelas autoridades.

Especialistas deixaram a situação ainda mais preocupante ao afirmarem que a quantidade de vítimas em decorrência da Covid-19 pode ser 5 vezes maior, uma vez que é grande a subnotificação.

Uma moradora da Rocinha, onde já são mais de 50 óbitos pelo novo coronavírus, disse ao G1 que a Covid-19 deixou sua família arrasada, pois já perderam um primo, dois tio e que o medo tomou conta de todos. Ela mesma já apresentou sinais da doença, mas como não tem como fazer os testes, nem sabe se foi ou não contaminada.

No fim de março, meu tio passou mal, foi para a UPA e diagnosticaram pneumonia. Voltou para casa e, dois dias depois, com muita falta de ar, precisou ser levado para a Coordenação de Emergência Regional Leblon, onde morreu“, contou a moradora.

Ela disse ainda que além das mortes na família, também sabe de outras pessoas na comunidade que estão sendo infectadas e algumas vieram a óbito, mas ninguém diz nada porque não foram ‘testadas’.

A assistente social Amanda Mendonça, que mora na Maré, disse que vê a realidade das comunidades de perto é bem diferente do que as autoridades estão mostrando e que a quantidade de mortos em decorrência da Covid-19 é bem maior do que se tem anunciado.