Covid-19: por que a doença é mais perigosa nos homens do que nas mulheres?

A diferença nas complicações por Covid-19 entre homens e mulheres vem chamando a atenção de especialistas.

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De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde, 63% das mortes na Europa ocorreram entre o sexo masculino. Dados do Ministério da Saúde, que foram coletados entre os dias 17 e 23 de maio, mostram que 54,4% dos hospitalizados por SRAG – Síndrome Respiratória Aguda Grave, eram homens.

Nesse cenário, a Revista Veja divulgou um estudo, que foi publicado recentemente, indicando que, apesar das mulheres terem a mesma probabilidade de contrair a doença, os homens têm um risco maior de morte. Inclusive, em uma das pesquisas, o perigo é duas vezes maior. “Cerca de 200 estudos citam o sexo como um dos fatores envolvidos na evolução da doença. E talvez seja mesmo, mas é preciso saber se por uma questão orgânica ou comportamental”, disse o pneumologista Elie Fiss.

A Revista descreve que os homens são mais relapsos com o autocuidado, além disso, costumam fumar e beber mais. Eles também possuem mais doenças crônicas, como hipertensão e diabetes; e muitos não fazem o controle correto delas. Essa combinação já é algo perigoso, deixando os homens mais suscetíveis a versões graves de infecções, principalmente as respiratórias.

Um organismo que esteja mais debilitado por uma condição de saúde descompensada ou hábitos ruins pode ter mais dificuldade para conseguir responder a uma ameaça, como o novo coronavírus. Mas será que o organismo do homem favorece o desenvolvimento da Covid-19?

De acordo com estudos, os homens possuem um número maior de receptores ECA2 do que as mulheres. Essa estrutura fica localizada na superfície das células de vários órgãos e servem de porta de entrada para o vírus. Contudo, ainda não existe comprovação que essa diferença possa influenciar na severidade da enfermidade.