Pesquisa aponta se pessoas curadas da Covid-19 ainda podem transmitir a doença

Pessoas que voltam a ter um resultado positivo nos testes para o novo coronavírus não transmitem mais a doença, diz estudo.

PUBLICIDADE

De acordo com um relatório que foi publicado pelos Centros de Controle de Prevenção de Doenças da Coreia do Sul (KCDC) sugere que os pacientes que se recuperaram da Covid-119 e voltam a testar positivo nos testes para o novo coronavírus não transmitem a doença. De acordo com o documento que foi divulgado pela instituição, um estudo que analisou 285 pessoas que contraíram a doença, foram liberadas do isolamento após serem testadas, mas acabaram tendo o parasita detectado alguns dias depois.

Os estudiosos começaram a acompanhar 790 indivíduos que tiveram contato próximo com esses re-positivos. Somente foi encontrado três novos casos entre as pessoas, porém os novos infectados já tinham casos da Covid-19 confirmados na família ou tinham outro foco de transmissão da doença.

No mês de fevereiro deste ano, surgiram no Japão relatos de pessoas que teriam sido infectadas pelo novo coronavírus uma segunda vez. Uma mulher teria desenvolvido a doença pouco depois de ter sido curada. Na sequência, episódios semelhantes também surgiram na China.

Contudo, o infectologista João Prats, revelou que os resultados da pesquisa divulgada pelos cientistas da Coreia mostram que não existe uma nova infecção, mas sim que foi detectado partes do vírus que não tem capacidade de gerar uma nova doença. “O teste é muito sensível e pega pedaços do vírus que não podem mais infectar outras pessoas. É como se fossem os restos mortais; ele não tem mais as armas nem o maquinário que usa para entrar na célula humana”, explicou o especialista.

A líder da OMS – Organização Mundial de Saúde, Maria van Kerkhove, explicou durante uma entrevista que esses resultados positivos em indivíduos que foram curados ocorrem porque a análise do material genético do vírus estaria reagindo com as células mortas que acabam emergindo durante o processo de cicatrização dos pulmões. Portanto, não seriam vírus ativos, ou seja, não se trata de reinfecção.

O resultado do estudo promove uma tranquilidade, pois indica que as pessoas que tiveram a doença e se recuperaram podem não sofrer uma nova infecção. Uma nova onda da enfermidade somente ocorreria com as pessoas que ainda não foram expostas ao vírus.