Coronavírus: Mandetta contraria Bolsonaro, que age para reduzir protagonismo do ministro

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Nesta segunda-feira (30), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, solicitou que sejam mantidas todas as recomendações feitas em cada estado para conter a propagação do novo coronavírus, que já fez 159 vítimas fatais no Brasil, além de deixar 4.579 pessoas contaminadas.

Os governadores de cada estado do país têm tomado medidas próprias para conter a circulação de pessoas, bem como de algumas atividades econômicas, indo contra a tudo o que tem dito o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

“Por enquanto mantenham as recomendações dos estados, porque nesse momento é a medida mais recomendável, porque temos muitas fragilidades ainda no sistema de saúde”, disse o ministro da Saúde. O presidente tem tentado roubar o protagonismo do ministro em suas falas, fazendo vídeos sobre o assunto e compartilhando em redes sociais, mas agora Mandetta se mostra firme em suas decisões.

O ministro tem falado informações contrárias ao que tem dito o presidente desde o último sábado, quando ele deu uma entrevista coletiva. Ele pediu para que as pessoas evitem sair nas ruas para reduzir a contaminação, sendo que o Bolsonaro acha que o que deve acontecer é que somente pessoas do grupo de risco devam permanecer em quarentena.

Mandetta diz que esse tipo de isolamento não é suficiente para conter a propagação da Covid-19. De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, cerca de 90% das mortes pelo novo coronavírus são de pacientes que tinham mais de 60 anos de idade.

O ministro ressalta ainda que não tem como prever uma data certa, citando o caso dos Estados Unidos, uma vez que Donald Trump tinha pedido para que as pessoas se isolassem até o dia 12 de abril, mas em meio a situação do país, mudou a estratégia e prorrogou a quarentena até o dia 30.