O presidente da República, Jair Bolsonaro, comentou hoje que “o país fica imune (ao coronavírus) quando 60, 70% foram infectados”. Para o chefe de Estado, quando alguém for infectada com o coronavírus, se torna imune ao vírus, de forma que não corre o risco de ficar doente no futuro e transmitir o vírus para terceiros.
Bolsonaro já havia feito declaração semelhante no decorrer da semana. Médicos, entretanto, não concordam, pois não há nenhuma conclusão clinica ou cientifica sobre isso, uma vez que se trata de um vírus novo e pouco conhecido da medicina.
O vídeo com a declaração, inclusive, foi publicado por ele em suas redes sociais. Jair também afirmou que já existe a cura para o coronavírus, mas não apresentou nenhuma comprovação. Essa e outra publicação feita pelo presidente foi removida do Twitter na noite desse domingo, por violar as regras da rede social ao passar informações incorretas sobre a pandemia, conforme a própria empresa declarou.
Durante a declaração de Bolsonaro, ele visitou um supermercado, conversou com pessoas nas ruas, visitou um hospital militar e gerou aglomeração em Brasília, algo não recomendado pela OMS e seu próprio ministro da Saúde, Henrique Mandetta.
O presidente ainda alegou que estava “querendo” baixar um decreto para permitir que trabalhadores informais voltem a trabalhar fora de casa durante a quarentena e que iria recorrer da decisão judicial que impediu que igrejas entrem no rol de serviços essenciais.
Até a noite deste domingo, 29, já havia morrido 136 pessoas no Brasil, fora os casos suspeitos que aguardam resultado do exame do coronavírus, podendo esse número de vítimas fatais ser maior. Autoridades da saúde acreditam que o pico da contaminação no país será no meio de abril, mesma época que ocorre o surto de dengue no Brasil.