Sem visita, pacientes terminais por coronavírus ganham tablets para se despedir da família

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O mundo está assombrado devido à pandemia de coronavírus, que já matou cerca de 20 mil pessoas em todo o mundo. A Itália é um dos países mais afetados pela contaminação até o momento. De acordo com o jornal Corriere della Sera, quase 8 mil pessoasl morreram no país europeu.

Na quarta-feira (25), morreram 683 pessoas. O número de mortes é na casa das centenas, todos os dias, nas últimas semanas. O vereador da cidade de Milão, Lorenzo Musotto, lançou uma campanha chamada “o direito de dizer adeus”. O político falou um pouco sobre a iniciativa.

“A ideia de não ser capaz de dizer adeus me machuca mais do que a própria morte e existem outros locais com idosos, hospitais e asilos, onde não há mais a possibilidade de se despedir”, afirmou Musotto. O objetivo é arrecadar dinheiro para compra de tablets a serem doados para hospitais e clínicas que cuidam das pessoas em estado terminal.

O sistema de saúde da Itália está sobrecarregado e a situação é critica nas regiões mais afetadas pela doença. Há relatos de pessoas que são deixadas para morrer. A campanha foi criada após a entrevista da médica Francesa Cortellaro, chefe do hospital de San Carlo.

A profissional de saúde relatou a dor das pessoas que chegaram ao hospital sozinhas e foram embora solitárias. O coronavírus é altamente transmissível, então os doentes não recebem visitas. Ela disse que o mais dramático é ver pacientes morrendo sozinhos e pedindo que se os profissionais se despeça de seus filhos e netos por eles.

Por este motivo, o vereador do Partido Democrático criou a campanha para comprar os aparelhos e permitir que a despedida entre doentes e familiares seja feita de forma virtual. Até o início dessa semana, 20 tablets haviam sido doados.