Governo muda estratégia econômica e Globo se dá mal, perdendo milhões em verbas públicas

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A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), que administra a destinação das verbas voltadas para campanhas publicitárias do governo federal, alega que adotou uma mudança de estratégia. Até então, o valor era distribuído de acordo com a ordem de grandeza de cada emissora, o que justificava a grande parcela devorada pela Rede Globo. Hoje, o órgão diz que vem utilizando critérios técnicos, tal qual uma empresa privada, o que está gerando dor de cabeça para os diretores da emissora carioca.

De acordo com entidades do mercado publicitário e do próprio governo, a quantia destinada para o maior canal do país vinda de propagandas de empresas públicas está caindo drasticamente. A relação nada agradável entre a Rede Globo e o presidente Jair Bolsonaro está rendendo prejuízos de ordem econômica para a emissora de Roberto Marinho.

Para se ter uma ideia, no ano passado o governo federal disponibilizou R$ 800 milhões de verbas públicas para a veiculação de campanhas publicitárias na televisão aberta. Sozinha, a Rede Globo ficou com a metade deste bolo, cerca de R$ 400 milhões, seguida pela Record com 20% e o SBT com 10%.

Este ano, após a transição presidencial, a quantia diminuiu e muito. A estimativa é de que a Rede Globo arrecade entre R$ 150 milhões e R$ 170 milhões com as campanhas do governo. A quantia poderia ser ainda menor, se não fosse por conta do Banco do Brasil: ainda no ano passado, antes de Jair Bolsonaro ser eleito, a empresa firmou uma parceria com a Globo para transmitir propagandas no jornal Bom Dia Brasil e no programa de empreendedorismo Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Essa parceria sozinha rende R$ 79 milhões, praticamente a metade.

Em uma live feita no Facebook, Jair Bolsonaro respondeu aos ataques contra ele feitos pela Rede Globo, dizendo que a “mamata vai acabar”. Em contrapartida, o Grupo Globo afirma que jamais dependeu de verba pública para operar. Um levantamento feito pelo site Poder360 estipula que o conglomerado recebeu entre os anos de 2010 e 2016 cerca de R$ 10,2 bilhões de propagandas do governo.