Hacker preso pela PF teria afirmado que material do Intercept é fruto de crime

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Nesta quarta-feira (24), a Polícia Federal (PF) de São Paulo-SP conduziu ao interrogatório um dos suspeitos preso acusado de hackear o celular do ministro da Justiça Sérgio Moro. O suspeito identificado como Walter Delgatti Neto é denominado pela PF como o chefe do grupo responsável pelo ataque.

Em seu depoimento, Delgatti confirmou que parte das matérias divulgadas pelo site Intercept e noticiadas pelos canais de imprensa revelaram conversas do então Juiz Federal Sérgio Moro, com o procurador da república, Deltan Dallagnol. As conversas acabaram mostrando a imparcialidade de Moro em relação aos processos julgados durante a Operação Lava-Jato.

Após a revelação da matéria, Moro tornou-se alvo de críticas por parte de parlamentares da oposição. Na ocasião, ele teve que comparecer ao Congresso Nacional para prestar explicações sobre a sua suposta imparcialidade. 

Na época em que foi revelada as supostas conversas, tanto Moro, quanto Dallagnol comunicaram à imprensa que seus celulares foram clonados por hackers. O fato foi comunicado à PF, que desde então abriu inquérito para investigar o caso.  

Durante a Operação Spoofing, deflagrada pela PF na terça-feira (23), a polícia prendeu Walter e mais três pessoas suspeitas de praticar os ataques. Em seu depoimento, Walter acabou colaborando com os policiais e forneceu acesso a seu computador para que os agentes pudessem vasculhar seus arquivos.

O interrogado acabou confirmando para a PF que as informações que estavam sendo divulgadas pelo site Intercept são frutos de crimes na internet. O suspeito também confirmou que, além da clonagem dos celulares, também houve o roubo de informações e sequestro de contas para manipulação de conversas entre as vítimas.