Mulher trans com sobrinha cadeirante e irmão com Down passa por ‘humilhação’ em ônibus

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Uma mulher trans, de 36 anos, veio a público no último domingo (07) fazer um post sobre a discriminação que teria sofrido em um transporte coletivo.

Segundo Lara S, que teria pedido para não ter seu nome completo divulgado por temer ser vítima de represálias, ela, a sobrinha e o irmão, ambos de coração, foram humilhados pelo motorista de uma linha de micro-ônibus em Contagem (MG).

Ela estava saindo do shopping com a sobrinha de 13 anos que é cadeirante e o irmão de 43 anos que é portador de Síndrome de Down, quando sofreu o constrangimento: “Esperávamos o ônibus fora do shopping para pegarmos o metrô na Estação Eldorado e o motorista parou, locomoveu minha sobrinha Vitória adequadamente. Até aí foi tudo certo. Quando subimos, o motorista solicitou o cartão de gratuidade dela e do irmão, Rey. Informei que eu não portava os cartões e que, em Belo Horizonte, circulava com eles, sem a necessidade de apresentar o documento”.

#DESABAFO #TRANSFOBIADECADADIABoa Noite gente.Hoje( 07/04/2019 – DOMINGO) fui levar minha sobrinha(Cadeirante-Vitória)…

Posted by Lara Madonna Volguer Estrela on Sunday, April 7, 2019


Em entrevista ao BHAZ, Lara continuou contando o que aconteceu, relatando que o motorista teria dado várias justificativas para não realizar o trajeto dos três, justificando que seria contra as regras da empresa. A mulher afirmou que não conseguiu lidar com a situação ao ver que o motorista não estava querendo levá-los por preconceito.

Lara achou a situação totalmente injusta, ainda mais quando o motorista teria alegado que iria chamar a Polícia Militar, sendo que ela estava agindo da forma mais correta, pois, mesmo não tendo os documentos, ela queria pagar pela passagem de seu irmão e sobrinha.

Segundo Lara, a situação se tornou mais constrangedora ainda quando sua sobrinha começou a chorar. A mulher trans lembra que nenhum dos passageiros saiu de seu lugar para ajudá-la, somente uma moça teria mostrado sua indignação pelo que o motorista estava fazendo. Depois de todo o transtorno, o condutor prosseguiu com a viagem, mas não quis aceitar o dinheiro. Quando foram descer do ônibus, ele teria travado a escada por diversas vezes, fazendo com que a sobrinha dela quase caísse do coletivo.

Procurada pela reportagem do BHAZ, a BHTrans, que faz o gerenciamento de transporte da capital, alegou que o cartão da gratuidade para portadores de deficiência é exigido por todos os motoristas. A Transcon, que gerencia o transporte e trânsito na cidade de Contagem, não se pronunciou sobre o caso.