Médica faz desabafo sobre hospital em que menino com Síndrome de Down morreu no corredor

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Diogo  Carlo Carmo, de apenas 5 anos de idade, faleceu depois de ficar esperando atendimento por mais de 15 horas no Hospital Materno Infantil, em Goiânia. O corpo foi enterrado na tarde desta sexta-feira (29), em um cemitério da capital. A família está revoltada com o caso.

A criança, que era portadora de Síndrome de Down, deu entrada no hospital no período da manhã, nesse momento a sua situação foi classificada como amarela, ou seja, o paciente precisa de atendimento médico, porém, sem risco imediato.

A Secretaria Municipal de Saúde emitiu uma nota por meio de um e-mail, alegando que o menino foi atendido e ficou com a mãe nas cadeiras, recebendo o tratamento que foi prescrito enquanto aguardava uma vaga em um leito.

O caso no hospital é muito delicado, tanto que antes da morte do menino, uma médica pediatra fez um desabafo por meio de uma carta no último domingo (24). Ela disse que só havia dois médicos para consultas, partos, análises e orientação de residentes, dizendo que eles estavam trabalhando ininterruptamente durante todo o dia se tornando uma situação muito difícil.

Ela disse que teve um plantão de 12 horas, mas que mesmo assim não teve coragem de ir embora com pacientes aguardando atendimento. Ela fala também da situação delicada na enfermagem, pois a equipe está reduzida.

“Tínhamos nas cadeiras pacientes de UTI, de enfermaria de alta complexidade, pós-operatório. E consultas que não paravam de chegar. Sensação de estar em um barco à deriva e sem esperanças de melhoras”, relatou ela na carta.