O Centro de Deficientes Visuais de Moçambique, localizado em Beira, foi completamente destruído pelo ciclone Idai. As crianças estão tendo que dormir no chão porque não têm para onde ir e o problema delas não é só este, pois está faltando alimentos, água e também tem a ameaça da epidemia da cólera.
Por onde o ciclone Idai passou, não restou nada. A destruição é total e o padre Nicolas, responsável pelo Centro que atende crianças cegas, não sabe por onde começar porque a região está devastada, as ajudas enviadas por outros países ainda não chegaram e ele nem sabe quando terá algum suporte para reconstruir o lugar.
O ciclone carregou o tanque de água como se fosse uma folha de papel, o teto e os vidros foram carregados como se fossem de isopor. O local não tem gás e nem energia, está tudo destruído.
Ao todo, são 70 crianças dormindo no chão, com fome, sede e correndo risco se serem atingidas por epidemias que começam a surgir em toda região. O padre disse que as lojas estão sendo vandalizada e quando encontra legume para comprar, tem medo que estejam contaminados pelo cólera.
“Água é muito urgente, para o banho ou para a cozinha“, explicou o padre, sem saber o que fazer com tantos problemas. Ainda tem o agravante de que as crianças cegas pedem informações das famílias e ele nem sabe ainda quais foram atingidas pelo ciclone e nem se estão vivos.
A ONU, Cruz Vermelha, Unicef e outros órgãos estão se mobilizando para fazer com que a ajuda chegue aos necessitados, inclusive estas crianças cegas, mas as estradas foram destruídas. São milhares de pessoas famintas, feridas, doentes, está um verdadeiro caos e as equipes de resgate continuam trabalhando muito para atender o máximo de pessoas no menor tempo possível.