Leia a poesia de Bráulio Bessa sobre a dor, que homenageia vítimas das tragédias do Brasil

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O Brasil está vivendo um período muito delicado desde o início do ano devido a tantas tragédias consecutivas que tem feito centenas de vítimas pelo país. A população nem se recuperou de algo ainda, e outra tragédia comovente assola a nação que chora por suas vítimas.

Primeiro foi a tragédia de Brumadinho, na qual houve centenas de mortos, desaparecidos e desabrigados após o rompimento de uma barragem de dejetos de minérios da Vale. Tal qual aconteceu com Mariana há cerca de 3 anos.

Enquanto o país acompanhava as pessoas tentando reconstruir suas vidas em meios as percas, outra tragédia acontece. Um temporal na cidade do Rio de Janeiro destruiu alguns bairros da capital fluminense, desabrigando várias pessoas e fazendo 6 mortos.

Para finalizar essa leva de tragédias, nesta última sexta-feira (8) um incêndio no Centro de Treinamentos do Flamengo, Ninho do Urubu, também no Rio, fez 10 vítimas fatais de 14 a 17 anos, além de 3 vítimas que estão internados.

Em meio a tanta dor, o poeta Bráulio Bessa, conhecido por emocionar as pessoas com seus cordéis escreveu um em especial para todas as famílias que vem sofrendo com esses acontecimentos. Ele narrou essa poesia durante o programa encontro, emocionando a todos. Confira o poema na íntegra.

“Se por acaso você não conseguir caminhar / Se os seus pés enfraquecerem se a estrada se alongar /  Sempre haverá um alguém capaz de lhe carregar /  Se por acaso você sentir a alma sangrar / E se a alma ferida fizer o seu corpo chorar / Sempre haverá um alguém capaz de lhe consolar / Se por acaso você sentir o mundo escapar / Se tudo for solidão, se a solidão maltratar / Sempre haverá um alguém capaz de lhe abraçar / Se por acaso você não conseguir enxergar / Perdido dentro de si, vendo tudo se apagar  / Sempre haverá um alguém capaz de lhe encontrar / Se por acaso você sentir a vida açoitar / E, na hora da agonia, você se desesperar “.

Bráulio continua o seu cordel dizendo que as pessoas sempre terão alguém: “Sempre haverá um alguém capaz de lhe acalmar / Se por acaso você ver tudo se apressar / Se todo mundo correr / Se o tempo acelerar / Sempre haverá um alguém capaz de lhe esperar / Se por acaso você deixar de acreditar / Se a própria humanidade lhe decepcionar / Sempre haverá um alguém capaz de inspirar / Se por acaso você sentir medo de amar / Se achar que não é mais capaz de se apaixonar / Sempre haverá um alguém capaz de lhe conquistar / Sempre haverá, meu povo / Sempre haverá amor / Sempre haverá o bem / Numa via de mão dupla, com a força de um trem / Alguém ajuda você / E você ajuda alguém”.

E finaliza dizendo que teremos alguém por perto: “Repare. Já que sempre haverá alguém para…/ Lhe entender / Lhe carregar / Lhe acalmar /  Abraçar quando doer  / Alguém para lhe confortar quando o mundo lhe bater / Já que sempre haverá alguém para lhe socorrer / Só é preciso ser justo e grato para perceber / que sempre haverá alguém precisando de você”.

Bráulio disse que o seu poema é sobre a dor, pois as pessoas estão vivendo um momento muito doloroso. As pessoas se aproximam pela alegria, mas também pela dor, o que muda é que no sorriso é o laço e na dor é o nó.