Globo vive derrocada histórica e medidas de Bolsonaro podem agravar ainda mais a crise

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A Rede Globo não vive um grande momento em termos de audiência e prestígio, embora continue líder isolada em todo o Brasil, à frente das concorrentes Record TV e SBT. Com Jair Bolsonaro (PSL) na presidência, a situação da emissora pode ficar ainda pior.

Produtos como a novela das nove, O Sétimo Guardião, dificilmente ultrapassam a marca dos 30 pontos de audiência na região da Grande São Paulo, por exemplo. Os índices abaixo de 30 são considerados baixos pela Globo.

O Big Brother Brasil, sempre um grande produto nos primeiros meses do ano, tem sucesso financeiro, mas isso não se reflete na audiência, que tem sido uma das mais baixas da história do reality show que chegou à 19ª edição neste ano.

Na última sexta-feira (1), por exemplo, a novela das seis, Espelho da Vida, alcançou 15,6 pontos de média na Grande SP. Verão 90, exibida às 19h, fechou com 18,8 pontos. O sétimo Guardião foi a maior audiência do dia, mas empacou nos 28,8 pontos. Os dados do Ibope foram divulgados pelo site Notícias da TV.

Nesta segunda-feira, torcedores de Flamengo, Palmeiras e São Paulo, três dos times brasileiros que estão na Copa Libertadores da América, se depararam com a notícia de que a Globo pode não transmitir jogos dessas equipes na fase de grupos da competição. A emissora só terá direito a transmitir uma partida às quartas-feiras, Normalmente, ela exibe duas ou mais, para as praças Rio de Janeiro, São Paulo e alguma outra, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Esta informação foi mais um duro baque no prestígio da emissora.

Apesar da audiência abaixo do que se espera e do prestígio diminuindo, a Globo consegue manter altos patrocínios. O responsável por isso é a chamada bonificação por volume (BV). Essa prática comum na publicidade brasileira é negociada entre agências de publicidade e veículos de comunicação.

Quanto mais determinada agência anuncia em um veículo, mais descontos ela recebe. Essa remuneração chega a 5% do valor investido nos dias de hoje. Essa prática faz com que a Globo seja a preferida das agências não só pela sua audiência, por isso a emissora da família Marinho abocanha maior parte da verba publicitária.

Dono da RedeTV!, Marcelo de Carvalho chama o BV de “propina legalizada”, em texto publicado pela Folha de S. Paulo. “Não há cálculo de mídia de rentabilidade ou adequação de público que justifique a concentração de até 90% das verbas em um veículo que tem 33% da audiência”, criticou, alfinetando a Globo.

O presidente Jair Bolsonaro trabalha para acabar com o BV e diminuirá o volume de verba publicitária do governo em veículos de comunicação. Além disso, o governo tem preferido SBT ou Record como seus canais para se comunicar com a grande massa. Entrevistas exclusivas de Bolsonaro têm sido dadas a estes veículos.