Corajoso, homem quer trabalhar na busca ao irmão em Brumadinho: ‘pronto para ir pra lama’

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Familiares de pessoas de desaparecidas em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, estão desesperados em busca de informações sobre os entes queridos que sumiram depois que uma barragem da Vale rompeu e um mar de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e lama devastaram a cidade. 

Muitos já assumem que os parentes podem estar mortos e o que querem agora é encontrar o corpo para fazer um velório digno. Outros creem que, por um milagre, ainda estejam vivos. Homens do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Forças Armadas e até do Exército de Israel, trabalham em busca dos desaparecidos.

O personal trainer João Augusto Alves tenta encontrar o irmão, Luís Felipe Alves, de 30 anos, que trabalhava como engenheiro de produção na Vale. João Augusto afirmou que os dois conversaram por telefone pouco antes da tragédia.

“Conversamos por telefone às 10h36. Tentei novo contato às 11h16 e já não havia sinal. Estou no aguardo de uma liberação para participar das buscas. Estou pronto para ir para a lama a qualquer momento para trazer o meu irmão de volta. Nos resta ter esperança”, afirmou João Augusto.

O rapaz mora no bairro Solemar, em Praia Grande, e viajou para Mariana onde encontrou-se com o pai para acompanhar as buscas. O irmão desaparecido ajudou na tragédia da Samarco, em Mariana, também Minas Gerais, em 2015. Ele trabalhava no setor administrativo da Vale, em Brumadinho, há apenas três meses. Cerca de 270 pessoas ainda estão desaparecidas e mais de 80 já tiveram a morte confirmada e os corpos foram encontrados.