Ameaçado de morte, Jean Willys abandona mandato e deixa o Brasil

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Campeão do Big Brother Brasil em 2005 e com vida longa na política, Jean Willys acaba de anunciar que vai embora do país antes mesmo de iniciar seu terceiro mandato consecutivo como deputado federal eleito pelo PSOL do Rio de Janeiro. Na última eleição, o deputado não repetiu o bom desempenho de anos anteriores e conseguiu se eleger graças ao quociente eleitoral. 

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira (24), Wyllys contou o que levou a abandonar o mandato. Ele afirma que já pensava em abrir mão da vida pública desde que passou a viver protegido por escolta policial, a partir de março do ano passado, quando a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi assassinada.

Wyllys recorda que não havia ameaças de morte contra Marielle, mas havia contra ele. “Quando rolou a execução da Marielle tive noção da gravidade“, afirmou. O deputado também contou que durante o eclipse lunar de julho do ano passado, em que lua ficou vermelha, ele não pode ver o fenômeno porque a escolta não estava lá e ele temia as ameaças.

Wyllys afirma também que as recentes informações de que Flávio Bolsonaro empregou familiares de um ex-PM suspeito de chefiar a milícia investigada pela morte de Marielle também pesou na sua decisão. O psolista também disse que o presidente Jair Bolsonaro sempre o difamou. “Esse ambiente não é seguro para mim“, garante.

Na entrevista, Wyllys também recorda uma conversa com Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai. Mujica teria dito para ele se cuidar e garantiu que os mártires não são heróis. “Eu não quero me sacrificar“, garante o ativista LGBT.

O deputado também não diz onde está. “Vou escolher um lugar onde eu possa fazer meu doutorado, que eu não pude fazer durante esses anos“, diz ele, que termina a entrevista dizendo que quer cuidar de si mesmo e se manter vivo.