‘Homem? Nem pensar! Eu gosto é de mulher’, diz caminhoneira trans e lésbica

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A curiosa vida de uma brasileira trans chamou a atenção da diretora cinematográfica Brunna Laboissière e acabou virando um documentário exibido recentemente na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Festival Mix Brasil. 

O documentário conta a história da caminhoneira Fabiana, de 58 anos, que nasceu Hamilton e trocou de gênero em 2010, quando enfim fez sua cirurgia. Nesse período antes da operação, Hamilton sempre se sentiu mulher mas não tinha desejo nem por homens e nem por mulheres. Somente após a cirurgia, Fabiana começou a sentir atração por mulheres e descobriu que além de trans ela era lésbica. 

O único relacionamento de Fabiana antes da transição foi também com uma mulher que se apaixonou por ela (na época Hamilton) e insistiu na relação que, por incrível que pareça, rendeu um filho que hoje hoje está com 28 anos. 

Uma das grandes curiosidades a respeito da vida de Fabiana é que muitos amigos recentes da caminhoneira nem desconfiam que ela já foi um homem um dia. Nem mesmo a diretora do documentário percebeu o fato quando conheceu Fabiana em uma carona que pegou com a caminhoneira. Boa parte dos amigos da trans só descobrirão a verdade quando assistirem o filme. 

Fabiana afirma que nunca se sentiu atraída por homens e que nunca se relacionou com um: “Nem pensar, cruz credo! Só para amizade e poucos. Eu gosto é de mulher”.  

O filme documenta a última viagem de Fabiana com o seu caminhão, já que ela se aposentou após as filmagens. Ela, que caiu na estrada em 1986, enfrentou muito preconceito em todos esses anos como caminhoneira, ouvindo piadas de todos os tipos.

No entanto, ela afirma que sente muita falta da estrada após sua aposentadoria, chegando a ficar estressada pela rotina sem o trabalho. Seu desejo é montar uma transportadora para voltar a ativa. 

O documentário ‘Fabiana’ chega aos cinemas no primeiro semestre de 2019.