CUT demite funcionários, vende prédio e vive crise após fim da contribuição obrigatória

PUBLICIDADE

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vive um momento difícil. Depois do fim da contribuição sindical obrigatória, aprovada no ano passado na reforma trabalhista, a entidade que reúne diversos sindicatos está em crise.

Por isso, no final de julho, a Executiva da CUT aprovou a venda do prédio sede da entidade, no bairro do Brás, região central da cidade de São Paulo. A sede da CUT era ali havia 23 anos.

O prédio de sete andares é avaliado em R$ 40 milhões e está sendo negociado com a Igreja Mundial do Poder de Deus. O negócio ainda não foi fechado, mas a CUT sairá de lá e passará a funcionar em um prédio do centro antigo da cidade.

Além da mudança, a CUT também realizou demissões – justamente aquilo que critica nos patrões. O Plano de Desligamento Incentivado possibilitou o desligamento de 65 pessoas, cerca de 45% do total de funcionários.

A CUT não tem capital financeiro para viver de rentismo, não é indústria para fabricar coisas e vender, não tem herança. Acabou o recurso, você precisa se adaptar, não tem jeito“, afirmou Vagner de Freitas, presidente da entidade., em entrevista à Época.

Para se ter uma ideia do drama vivido, entre janeiro e agosto deste ano a CUT arrecadou R$ 2,5 milhões. No mesmo período de 2017 foram R$ 54 milhões. A falta de dinheiro tem feito a diferença e preocupa o presidente.

“Tentam nos secar financeiramente. Querem nos fazer abaixar a cabeça, mas quero dizer que continuamos aqui, continuamos incomodando. Defendemos nosso ponto de vista, mas aceitamos o ponto de vista contrário. Somos uma instituição vinda da democracia. Mas fomos forjados na ditadura e temos couro grosso”, finalizou o presidente da CUT.