Futebol brasileiro e sua hegemonia na América do Sul

Mas como o futebol brasileiro conseguiu conquistar sua hegemonia na América do Sul e tornar-se soberano?

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O futebol brasileiro vive, atualmente, uma grande hegemonia na América do Sul, e muitas pessoas estão apostando alto nos clubes daqui. Isso fica visível ao analisarmos as últimas edições da Copa Libertadores da América, o maior e mais importante do continente todo.

Entre 2020 e 2022, todos os campeões e vice-campeões da Libertadores foram brasileiros. O Palmeiras conquistou os títulos de 2020 e 2021, tendo como vices os times do Santos e Flamengo. Já em 2022, o Flamengo foi o vencedor, tendo o Athletico Paranaense como vice-campeão.

Se voltarmos um pouco mais no tempo, entre 2010 e 2022, os times brasileiros foram campeões de 9 das 13 edições disputadas. A superioridade tupiniquim também é notada durante as partidas disputadas contra times de outros países: os placares elásticos estão cada vez mais comuns.

Mas como o futebol brasileiro conseguiu conquistar sua hegemonia na América do Sul e tornar-se soberano? É isso que iremos entender a seguir.

O fim da hegemonia argentina

Durante a segunda metade do século 20 e a primeira década do século 21, a hegemonia do futebol sul-americano era argentina. Não que o futebol brasileiro não fosse capaz de fazer frente aos hermanos – inclusive, diversos títulos continentais foram conquistados por brasileiros – mas havia uma discrepância financeira e estratégica entre os clubes dos dois países.

Pouco a pouco, o cenário foi se invertendo, tanto na economia quanto na maturidade técnica dos clubes brasileiros. Times como Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro transformaram-se em verdadeiras potências a nível mundial, apostando em elencos qualificados e treinadores com mentalidades inovadoras.

O dinheiro fala (e fala alto)

Apesar das constantes crises financeiras que acometem o povo brasileiro há quase uma década, o futebol seguiu na contramão e foi tornando-se cada vez mais rico. Por exemplo, em 2021 o Flamengo atingiu a histórica marca de mais de R$ 1 bilhão de reais em arrecadação. Outro exemplo é o Palmeiras que, em 2022, recebeu R$120 milhões de reais de seu patrocinador, a Crefisa. O clube também chegou muito próximo do bilhão em total arrecadado.

Quando comparamos esses números com o futebol argentino, fica evidente de como o pilar financeiro fala alto. O valor arrecadado pelo Flamengo em 2021 é quase 3 vezes mais do que o River Plate, o clube mais rico da Argentina, levantou no mesmo período.

Já em termos de patrocínio de uniforme, enquanto o Palmeiras recebe R$120 milhões da Crefisa, o Boca Juniors recebeu apenas R$37 milhões de reais da Qatar Airways, última patrocinadora master do time.

Premiações

Outro fato que impacta na grande diferença de arrecadação entre argentinos e brasileiros está nas premiações concedidas aos clubes nas disputas locais. Com a grave crise financeira na Argentina, a moeda local se desvalorizou muito ante o dólar americano, fazendo com que as premiações se tornassem irrisórias – elas não chegam nem à cifra de R$1 milhão de reais por um título nacional.

Qualidade do elenco e dos treinadores

A superioridade dentro de campo é cada vez mais evidente. Atualmente, os clubes brasileiros, com o aumento das rendas, são capazes de investir em grandes nomes para jogadores e treinadores. Além disso, a manutenção de um mesmo elenco por anos favorece a qualidade técnica: agora, o Brasil tem cacife o suficiente para resistir aos avanços de clubes estrangeiros e segurar seus melhores jogadores por mais tempo.

Diversidade com nomes estrangeiros

Em 2022, a Série A do Campeonato Brasileiro contava com 82 atletas e 7 treinadores estrangeiros – a maioria deles com salários altíssimos. Com isso, os clubes brasileiros diversificam seus elencos, trazendo formas de jogar e criar estratégias diferentes das convencionais, criando, assim, um novo futebol brasileiro.

A maioria desses atletas estrangeiros vem da própria América do Sul, o que significa que o Brasil é capaz de tirar os melhores jogadores de seus respectivos campeonatos nacionais, enfraquecendo ainda mais os clubes dos países vizinhos.